Feliz 2018

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E lá se foi mais um ano... E lá se foi 2017. Assim como uma meia maratona, passamos um certo tempo nos preparando, no início parece longa, mas no meio já estamos completamente perdidos em pensamentos ou focados demais no objetivo para dar atenção a cada simples passada, da mesma forma, as preocupações ou foco nos nossos sonhos não nos deixa perceber o passar de cada dia e apenas quando estamos na reta final é que nos damos conta do tanto que corremos, de quantos dias deixamos para trás e nesse exato momento, fazemos a reflexão se de fato alcançamos o que buscávamos, se poderíamos ter nos esforçados mais ou até mesmo sonhado mais.

Sem dúvida, foi um ano de muitos treinos, corridas, conquistas, suor e quilômetros, mas também não foram só flores, sei que houve lesões, dores, incômodos, ansiedades e até mesmo metas não alcançadas. Buscamos incessantemente a glória, mas os obstáculos e percalços fazem parte da corrida, assim como na vida, funcionando ao menos como aprendizado, afinal, da próxima vez temos a oportunidade de melhorar alguns pontos, dar atenção a outros ou simplesmente ter mais confiança em nós mesmos.

Para 2018 faça metas audaciosas, não pegue leve, nem forte de mais, pegue na medida, se desafie a ser a melhor versão de você mesmo, mas um passo por vez, respeite sempre os limites do seu corpo. Sonhar pouco ou sonhar muito gera o mesmo esforço, então sonhe grande, são os sonhos que alimentam a alma, a nossa vida e as nossas corridas, são eles que fazem com que acordemos todos os dias cedo ou fiquemos até um pouco mais tarde, as vezes exaustos, as vezes desanimados, mas sempre esperançosos, por sabermos que o resultado será compensador.

Para 2018 faça metas audaciosas, mas sem pressa de concluí-las, saboreie cada quilômetros, curta cada corrida, comemore cada conquista, compartilhe suas histórias de vitória e superação, pois tenha a certeza que ela tem o poder de animar outras pessoas e inspirar novas histórias e se essas metas audaciosas não forem alcançadas, não tem problema, muitas outras vieram porque mirávamos ela e ela pode continuar sendo nossa meta para o futuro.

Que em 2018 possamos vibrar mais e lamentar menos, que possamos correr mais e descansar na proporção correta, que possamos sorrir mais e chorar apenas de alegria, que possamos ser melhores como corredores, como companheiros na corrida e na vida, como amigos, como pais ou filhos, que em 2018 possamos ser melhores como seres humanos.

Feliz ano novo e um 2018 repleto de alegria, conquistas e quilômetros a todos! 

Regras para recordes

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O mundo da corrida vem crescendo cada vez mais e a cada dia surge uma corrida diferente, seja em uma cidade diferente ou percusso diferente, cada uma com suas peculiaridades, mas muitas delas, apesar muito conhecidas, não permitem aos atletas profissionais terem os seus tempos homologados e recordes registrados oficialmente.

A Federação Internacional de Atletismo, IAAF (International Association of Athletics Federations), é o órgão máximo do atletismo mundial, que foi criado com o objetivo de criar regras às competições de atletismo, homologar resultados, etc., dando assim maior credibilidade ao esporte, assim passou a estabelecer regras básicas para reconhecer uma marca como oficial e o mesmo vale para os recordes, sejam mundiais, continentais ou nacionais.

Primeiramente, todo o percurso deve ser previamente certificado por um medidor aprovado pela IAAF, nessa medição o percurso não pode ser menor do que a distância oficial da prova e não pode exceder 0,1% da distância, ou seja, para a maratona, por exemplo, o limite de erro é 42m a mais.

Em uma de suas principais regras, a IAAF diz que a distância máxima entre a largada e a chegada não pode ser maior que 50% da distância total. A entidade entende que em provas ponto a ponto, o atleta acaba correndo muitas vezes em apenas um sentido e caso o vento seja favorável, o atleta tende a ganhar certa vantagem. Da forma hoje regulamentada, o atleta teria situações com o vento contra e a favor. Além disso, o percurso não pode sofrer um desnível topográfico maior do que 1/1000 da distância total, ou seja, em uma corrida de 10km (10.000m) a altimetria permitida é de 10m.

Por conta da obrigatoriedade de certos requisitos exigidos, muitas marcas acabam não sendo consideradas. Um dos casos mais conhecidos foi o do queniano Geoffrey Mutai, que na Maratona de Boston em 2011, fez os 42 km em 2h03m02s, superando em quase um minuto o recorde da época (2h03m59s). Porém, como a Maratona de Boston teve uma distância largada-chegada superior à permitida e uma altimetria maior do que a permitida, fez assim com que a IAAF não reconhecesse o seu tempo oficialmente e consequentemente, não considerando como recorde mundial. Essa marca o deixaria, ainda hoje, entre as maiores marcas do mundo, perdendo apenas para o atual recorde mundial do Dennis Kimetto (2h02m57s).

Em situação parecida com a Maratona de Boston, uma das corridas mais famosas do Brasil, a Maratona do Rio de Janeiro, não é válida para recordes mundiais ou marcas oficiais, pois também não respeita à regra da distância largada-chegada.

Apesar de ser um lamento para atletas profissionais, que buscam tais objetivos, para a maioria de nós, que corre apenas por prazer, não faz lá tanta diferença, afinal as marcas que buscamos são outras e as emoções continuaram sendo as mesmas.

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Referências:
http://www.cbat.org.br/normas/regras_iaaf_de_corridas.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maratona#Regras_da_IAAF
http://globoesporte.globo.com/atletismo/corrida-de-rua/noticia/2011/04/criterios-da-iaaf-limitam-possibilidade-de-recorde-mundial-em-maratonas.html
https://www.saudemelhor.com/quais-os-tipos-e-regras-de-maratonas/

A vida corrida e a corrida na vida

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Vivemos em um mundo atribulado, onde a vida por si só já é corrida, sem trocadilhos. Acordamos cedo, enfrentamos trânsito ou conduções lotadas, pegamos no batente cerca de 8 horas por dia, passamos minutos ou até mesmo horas preciosas em filas, seja de banco, supermercado, restaurante, etc., e o “pior de tudo isso”, é que para muitos, isso é apenas o começo do dia, afinal, em casa são outras obrigações, outras responsabilidades e mais correria. Apesar disso, no meio de todo esse caos, ainda encontramos um tempinho para enfim relaxar, que para algumas pessoas, em outras palavras, significa correr. Por mais irônico que seja, é na corrida que muitas vezes descansamos, encontramos paz e sossego, colocamos a cabeça em ordem, enquanto as pernas correm, a cabeça lentamente se esvazia, os músculos cansam, os nervos relaxam, a ansiedade e o estresse dão lugares aos sonhos e tranquilidade.

Corremos por prazer, seja pelo prazer de ser mais rápido ou de ir mais longe ou seja apenas pelo prazer de cruzar a linha de chegada. Aos poucos, a corrida entra na nossa vida e passa a fazer parte de nós, sem ao menos darmos conta disso e geralmente nos damos conta quando por alguma lesão ou compromissos do dia a dia, somos “forçados” a ficar um tempo sem correr, esses dias parados são os mais tediosos possíveis e passamos a fazer contagem regressiva para a volta.

Passamos a viver corrida, respirar e transpirar corrida, maioria das vezes intuitivamente. Passamos o dia pensando na hora do treino, a semana planejando a retirada do kit ou a chegada na prova e nas horas de descanso, meio que sem querer, estamos pesquisando quando será a próxima corrida, mais da metade do nosso guarda-roupa é de camisetas de corrida, parte dos nossos quadros são porta medalhas e demais lembranças de cada árdua batalha enfrentada no asfalto, trilha, praia, etc.

Antes de começar a correr sempre achávamos os corredores loucos, por correrem nos horários e climas mais improváveis, com o tempo confirmamos que são loucos, mas agora fazemos parte deles e entendemos o porque dos treinos durante as madrugadas, no meio tarde ou no meio da chuva. Com o tempo não corremos mais de acordo aos nossos compromissos, mas fazemos nossos compromissos de acordo à corrida. Apesar disso tudo, não deixamos de ter vida social, de sair, ir em festas, confraternizar com os amigos seja pelas vitórias da vida ou da corrida, bem, pelo menos a maioria de nós.

Todo corredor sabe que a corrida é viciante e talvez, só talvez, eu já esteja em um caminho sem volta, mas afinal, quem disse que eu queria voltar? Quero continuar aqui respirando motivação e transpirando endorfina, aumentando o número de amigos corredores, como aumento a quantidade de quilômetros na bagagem, sem pressa para chegar, sem um ponto final, mas com várias linhas de chegada.

Thiago Lima