Destreino - em quantos dias perco o rendimento?

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Foto: Ativo*

Todo corredor, por mais disciplinado que seja, vez ou outra acaba passando por um período sem treinos, seja por conta de viagens, contratempos, agenda apertada ou até mesmo lesões. Nesse período sem treinos surgem duas dúvidas muito comuns: Com esses dias sem treinos será que perco o meu rendimento? Consigo recuperar rápido ou preciso “remar” tudo de novo?

Para nós corredores, a sensação é de que pular um dia de treino já é o suficiente para a nossa performance diminuir uns 50%, ou mais. Mas a verdade é um pouco mais favorável do que pensamos. Ainda assim, é muito difícil passar um número mágico de dias ou semanas, afinal, um organismo é diferente do outro, reagindo assim de maneira diferente tanto na intensidade das atividades, quanto nos períodos sem treinos, outro ponto a ser considerado é o nível de treinamento de cada atleta, quanto mais tempo de treino a pessoa tem, menor se torna o impacto do destreino.

Durante muito anos e ainda hoje, o destreino é um assunto muito estudado e debatido no mundo do esporte e apesar de não existir um consenso sobre isso, boa parte dos estudos acreditam que as perdas de performance mais significativas “ocorrem entre a segunda e a quarta semana de destreinamento, que podem voltar próximo aos valores pré-treinamento dentro de 4 a 8 semanas de destreinamento”¹.

Assim como o progresso do corpo no treino é gradativo, o regresso no destreino também é gradativo e o primeiro a sofrer suas consequências é a sua capacidade respiratória, que tem o consumo de oxigênio dificultado e a quantidade de ácido lático produzido, podendo assim ocasionar numa sensação de cansaço maior. Na sequência vem a perda de capacidade cardiovascular e outra “coisa que começa a ser afetada são os músculos (o processo de perda de massa magra inicia) e a sua força e flexibilidade já que o corpo começa o processo de atrofia muscular”². 

Apesar de tudo isso ser um pouco assustador, o lado bom da história esta na volta aos treinos. Graças à memória muscular, a readaptação na volta aos treinos costuma ser muito mais rápido do que na primeira vez. Por mais que o organismo perca uma porcentagem da sua performance, ele não esquece por completo aquilo que esteve acostumado por muito tempo.

Com isso, podemos perceber que tudo o que fazemos em excesso é prejudicial, seja exercícios ou descanso. O ideal, sempre, é achar o ponto de equilíbrio entre treinos, competições e descanso, salvo, obviamente, em situações como doenças e lesões. 

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Referências:

*Foto: https://www.ativo.com/corrida-de-rua/treinamento-de-corrida/voce-conhece-os-efeitos-do-destreino/
2 - http://corracomigo.com/condicionamento_fisico_da_corrida/ 
http://www.minhavida.com.br/fitness/materias/17223-corpo-ja-sente-prejuizos-apos-10-dias-sem-treino
http://www.treinomestre.com.br/posso-ficar-quantos-dias-sem-treinar-sem-que-o-progresso-seja-afetado/
http://www.carrijo.com.br/saude-bem-estar/artigos-sobre-corrida/treinamento-a-realidade-do-destreinamento/

Bursite trocantérica

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Foto: Ativo¹

São muitas as lesões que assombram o mundo do esporte, algumas têm até nome conhecido, mas muitas vezes não fazemos ideia do que se trata exatamente, muito menos da sua abrangência, uma dessas lesões é a bursite.

A bursite é um tipo de lesão que pode acontecer em várias partes do corpo, como ombro, cotovelo, joelho, pé, etc., mas hoje, vamos falar especificamente da bursite trocantérica, ou seja, a bursite na lateral do quadril e que afeta um em cada dez corredores e na sua maioria as mulheres.

De modo geral, a bursite ocorre quando acontece um quadro inflamatório das bursas (ou bolsas sinoviais), que por sua vez “podem ser definidas como cápsulas protetoras preenchidas com líquido sinovial e estão presentes em áreas de maior atrito do corpo, entre tendões, ossos e músculos”². 

Na parte superior do fêmur, existe uma proeminência óssea chamada trocanter, quando a bursa dessa região sofre a inflamação, acontece então a bursite trocantérica, que pode ser percebida através de sintomas como dores na lateral do quadril ao correr, subir escada ou até mesmo ao dormir de lado, outros sintomas que podem ainda ser percebidos são fisgadas no glúteo ou estalidos ao movimentar-se.

Uma das principais causas para este tipo de lesão é o erro postural, “o desalinhamento da coxa durante a corrida, que é causado por fraqueza muscular ou falta de controle do músculo glúteo médio (lateral do quadril)”³, além disso, o uso de tênis impróprios para a corrida, aumento abrupto de carga no treinamento e sobrepeso, são também fatores de risco.

Após diagnóstico correto de um profissional, o tratamento passa por processo semelhante ao de outras lesões, que é o afastamento da corrida por alguns dias ou semanas, dependendo da intensidade da lesão, fisioterapia, crioterapia, analgésico e anti-inflamatório. 

O fortalecimento muscular, alongamento e aquecimento antes e após a corrida, uso de tênis adequado para a atividade e descanso correto, são alguns dos métodos preventivos, não só pra essa, mas para muitas outras lesões. O acompanhamento profissional é também um importante aliado na prevenção de lesões, uma vez que este buscará exercícios adequados para cada estágio do seu treinamento, diminuindo significativamente o risco de lesão.

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Referências:

1 – https://www.ativo.com/por-que-doi/bursite-trocanterica/
2 – http://maratonismo.blogs.sapo.pt/22982.html
3 - http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2014/02/bursite-na-lateral-do-quadril-causa-dor-na-regiao-do-femur-e-atrapalha-corrida.html
http://www.correrporprazer.com/2011/09/bursite-trocanterica/
http://espnw.espn.uol.com.br/bursite-e-condromalacia-na-corrida/