Música durante a corrida: motivação ou desconcentração?

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Foto: Quark Sports¹

“A música está em tudo”, assim afirmava Victor Hugo. Se observarmos, essa frase faz todo sentido, afinal a música é algo que faz parte do nosso cotidiano, muitas vezes até sem percebermos, ela marca momentos, nos traz lembranças, sonhos, esperanças, sem contar que muitas vezes expressa os nossos próprios sentimentos. A música possui certa influência na mente do ser humano, basta começar a tocar aquela música que tanto gostamos e logo ganhamos um gás extra para começar ou continuar com os afazeres do dia. 

No mundo da corrida, a música divide opiniões. Parte dos corredores preferem correr no ritmo de suas músicas e bandas preferidas, acreditam que dessa forma conseguem maior motivação e ânimo para correr. A outra parte dos corredores preferem correr apenas ouvindo o som das passadas, da respiração, do corpo e do ambiente, acreditam que o corpo e a natureza já fazem uma sinfonia perfeita.

Afinal, correr com ou sem música? Quais são os seus benefícios ou malefícios?

Assim como muitos dos diversos assuntos da corrida, existem profissionais defensores de ambos os lados, existem os prós e os contras, dos quais podemos destacar:

Prós: 

  • Segundo alguns estudos a música pode reduzir a percepção de intensidade durante a corrida em até 10%, fazendo assim com que o atleta consiga melhorar o seu desempenho; 
  • Ajuda a relaxar a mente e a melhorar o humor; 
  • Reduz a tensão e o cansaço durante o exercício; 
  • Para corredores de esteira, é uma forma de “passar” o tempo. 

Contras: 

  • O fato de estar atento na música, pode tirar o foco da corrida, fazendo com que problemas físicos, como pequenas lesões e fadiga, passem despercebidos; 
  • Motivado pelo ritmo da música, o atleta pode impor um ritmo maior do que o seu corpo esta acostumado, podendo assim acabar gerando uma lesão; 
  • Cantar durante a corrida atrapalhará a respiração; 
  • Falta de atenção ao ambiente como buzinas e indicações das organizações, colegas ou treinador. 

Alguns profissionais acreditam que a música pode ter maior utilidade nas atividades de menor intensidade, onde a concentração nos movimentos são menores. Com o aumento de intensidade, aumenta também o cuidado e a atenção com os movimentos e sinais do corpo, nesse ponto a música pode atrapalhar as percepções do atleta e consequentemente o seu desempenho.

Por fim, devemos optar por correr da maneira que nos sentimos melhor, mais felizes e mais realizados, desde que respeitando os limites do nosso corpo e buscando estar atendo a tudo que está à nossa volta. Corra, com músico ou sem música, da maneira que lhe convier, o que importa é correr.

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1 - Foto: Site Quark Sports. http://site.quark.esp.br/site/tips/ouvir-musica-ou-nao-durante-corrida/

Referências:

http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/guia/correr-ouvindo-musica-descubra-o-efeito-que-ela-causa-na-sua-atividade.html

http://www.webrun.com.br/h/noticias/corrida-com-ou-sem-musica/16301

http://www.aminhacorrida.com/a-musica-na-corrida/

Corrida infantil

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Foto: Dica de mãe¹

Ultimamente temos visto muitas matérias falando que a corrida é benéfica para todas as pessoas, independente de sexo ou idade. Na fase adulta, acredito que ninguém tenha mais dúvida de tais benefícios, afinal são tantos textos, matérias e pesquisas falando sobre isso, que não deixa dúvidas. Existem também muitas matérias a cerca dos benefícios da corrida na terceira idade, inclusive já escrevi aqui no blog sobre o assunto. Agora chegou a vez de falar um pouco sobre os benefícios da corrida para a criançada. Sim, a corrida também é super útil e pode trazer grandes benefícios até mesmo para os pequenos.

Assim como para todas as pessoas que desejam praticar atividade física, a criança também deve ter um acompanhamento profissional. Nesse caso, se torna importante o acompanhamento de um ortopedista, para avaliação postural, e também o acompanhamento de um educador físico, que será capaz dosar a capacidade e os limites da criança.

Após liberação médica e acompanhamento adequando, as crianças serão capazes de desfrutar de benefícios a curto prazo como “desenvolvimento da força muscular, flexibilidade, resistência, aperfeiçoamento da coordenação motora, estímulo do metabolismo ósseo, aumento da capacidade respiratória e cardíaca, melhora do humor e do apetite, além de prevenir a obesidade”². Podem ser destacados ainda os benefícios a longo prazo como “diminuir o risco de hipertensão, diabetes e cardiopatia isquêmica (arteriosclerose)”². Além de que, segundo pesquisas realizadas pela UNESP (Universidade Estadual Paulista), “jovens que praticam atividades físicas têm duas vezes menos chances de se tornarem adultos sedentários em relação aos que tiveram uma infância mais parada”³.

Assim como para os adultos, as competições de corrida para crianças tem sido cada vez maiores. Isso pode ser muito bom se bem utilizado e administrado pelos pais, essas competições devem ter caráter de incentivo para as crianças e nunca de uma competição de verdade. O esporte deve trazer para a criança os benefícios físicos e emocionais e jamais a cobrança e pressão por resultados.

Os benefícios citados acima são comprovados por profissionais através de seus conhecimentos e até mesmo de inúmeras pesquisas. Porém, acredito que os benefícios vão além disso. Para mim, o principal ganho que a criança tende a ter é da inclusão no mundo do esporte, independente de ela vir a se tornar um esportista profissional, ou não, pois através do esporte também que ela passa a socializar com outras crianças, aprendendo desde cedo que somos todos diferentes, mas todos merecemos e devemos respeitar e ser respeitados, aprendem a ter e respeitar os limites, aprendem que nem sempre chegamos em primeiro, mas podemos vencer independente disso.

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Referências: 

1 - Foto: http://dicademae.r7.com/2763/
2 - http://esportes.terra.com.br/atletismo/corrida-de-rua/treinamento/saiba-como-a-corrida-pode-ser-benefica-para-as-criancas,2c286c3afc2ba310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
3 – http://saude.cardiomed.com.br/corridas/treinos-para-corridas/corrida-na-infancia-saiba-mais-e-apresente-um-exercicio-ao-seu-filho.html
http://vivomaissaudavel.com.br/atividade-fisica/esporte/confira-seis-beneficios-da-pratica-de-corrida-para-criancas/


A importância da fisioterapia para o corredor

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Foto: Fisioterapia Manual¹

A corrida de rua vem se tornando cada vez mais sinônimo de qualidade de vida, não atoa está entre as principais atividades físicas daqueles que buscam sair do sedentarismo e conquistar assim uma vida mais saudável.

O acompanhamento profissional no mundo da corrida sempre foi de fundamental importância, mas nos últimos anos, a busca por melhores performances têm feito com que tais profissionais sejam cada vez mais acionados, em especial o educador físico e o nutricionista, para que possam orientar o atleta a realizar um bom treinamento e uma boa alimentação, focado nas metas desejadas. Porém, existe outro grande profissional capaz de trazer melhoras no desempenho da corrida, o fisioterapeuta esportivo.

O fisioterapeuta é um profissional no qual, geralmente, buscamos apenas para tratamento de lesões e muitas vezes, em último caso. No entanto, o auxílio que esse profissional é capaz de trazer para o atleta, é muito maior do que apenas a reabilitação das lesões. “Através do conhecimento de Anatomia, Biomecânica, Cinesioterapia e Propriocepção são realizados trabalhos preventivos de reequilíbrio muscular e articular, a fim de, reduzir os riscos intrínsecos e fatores que podem pré-dispor as lesões esportivas”².

O trabalho do fisioterapeuta esportivo não é nada fácil. Para que possa elaborar a prevenção adequada, não basta ter apenas os seus conhecimentos acadêmicos, é necessário além disso ter um conhecimento profundo do esporte e toda a sua biomecânica, para que a partir daí possa ser estudado os principais pontos que podem ocasionar uma lesão.

Se tratando de um atleta de corrida os principais pontos a serem avaliados são: “postura, passada, tipo de pé e pisada, flexibilidade, equilíbrio de força e resistência muscular, tônus muscular e equilíbrio (ou propriocepção)”³.

Após um estudo detalhado e individual de cada atleta, os fisioterapeutas buscam estimular e melhorar suas qualidades, a fim de assim minimizar os deficit. Seguindo orientações passadas pelo fisioterapeuta, o corpo do atleta tende a trabalhar de forma mais sincronizada, consequentemente, tendem a diminuir os riscos de lesões e mais do que isso, o atleta pode passar a desfrutar de um considerável ganho de performance, uma vez que passa a executar os exercícios com maior perfeição.

Por fim, podemos observar que um fisioterapeuta tem em suas mãos, a capacidade de reabilitar, prevenir, incentivar e melhorar a vida esportiva de um corredor.


Esse texto foi feito em homenagem a todos os fisioterapeutas, em especial à minha irmã, Laila Lima, futura fisioterapeuta e aniversariante do dia.

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Referências:
1 - Foto: Fisioterapia Manual. Disponível em: <http://fisioterapiamanual.com.br/fisioterapia-esportiva/tag/corrida-de-rua/>. Acessado em 15 de março de 2016.


2 - Papo de Esteira, Fisioterapia Esportiva: A grande aliada dos corredosres. Disponível: <http://www.papodeesteira.com.br/colunistas/fisioterapia-esportiva/fisioterapia-esportiva-a-grande-aliada-dos-corredores/>. Acessado em 14 de março de 2016.

3 - Running News, A importância da fisioterapia preventiva e de reabilitação. Disponível em: <http://www.runningnews.com.br/noticias/a-importancia-da-fisioterapia-preventiva-e-de-reabilitacao/2015/01/>. Acessado em 14 de março de 2016.

1966, um passo da mulher na corrida

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Desde o início da história humana, a mulher sempre foi privada de certos privilégios, funções, lazeres, etc. e acompanhamos no decorrer da história que foram muitas as lutas por direitos e condições iguais, lutas que persistem até os dias de hoje.

Com a corrida não foi diferente, assim como nos jogos olímpicos, as corridas, inicialmente só poderiam ser competidas por homens. Foi então que em 1966, aos poucos tudo começou a mudar. Neste ano, Roberta Gibb tentou se inscrever na maratona de Boston, mas teve a inscrição recusada, pois os organizadores alegaram que seria impossível uma mulher completar tal prova. Como não foi oficialmente aceita, Roberta ficou atrás de arbustos e entrou na corrida quando parte dos atletas já tinham passado pela largada da prova, ela tentou se esconder em trajes masculinos, mas foi logo reconhecida pelos participantes, que para seu espanto a apoiaram e incentivaram, assim, ela concluiu a prova em torno de 3h21m. Roberta participou da corrida nos 2 anos seguintes, também de forma extraoficial.

Roberta Gibb durante a Maratona de Boston em 1966

Um ano depois, em 1967 e também na maratona de Boston, outra mulher decidiu entrar para a história das corridas e da luta pelo direito da mulher. Kathrine Switzer, com apenas 20 anos, se tornou a primeira mulher a correr uma maratona com um número oficial. Isso tudo por um pequeno “deslize” da organização, que ao divulgar a competição e as regras, não fizeram nenhuma restrição à participação de uma mulher na corrida, desta forma Kathrine se inscreveu na corrida como K. V. Switzer, o que ajudou a organização a não reconhecer uma mulher entre os corredores até o momento da largada.

No início da corrida Kathrine teve o apoio de alguns participantes, mas foi a organização que não gostou nada da sua presença e tentou expulsá-la da prova ainda nos primeiros quilômetros, quando um fiscal tentou tirá-la da corrida à força. Porém, o seu namorado Tom Miller, com 115 kg, conseguiu empurrar o fiscal, deixando assim Kathrine, com seu número de peito 261, com o caminho livre para que concluísse a prova em torno de 4h20m. Mesmo inscrita e concluindo a prova Kathrine acabou tendo a sua presença não confirmada oficialmente pela organização da prova.

Kathrine Switzer durante a Maratona de Boston em 1967

Apesar de toda a repercussão e de terem concluído a prova, Roberta e Kathrine, não conseguiram convencer a organização da capacidade e da força feminina e foi somente em 1972 que as mulheres de fato foram aceitas e reconhecidas como maratonistas, podendo assim participar oficialmente dos eventos, com direito a número de peito e premiação.

Desde então, a participação feminina nas corridas de rua e maratonas tem aumentado constantemente, na maratona do Rio, em 2015, por exemplo, as mulheres foram quase metade dos participantes na prova de 21 km, aproximadamente 30% na prova de 42 km e cerca de 63% na prova de 6 km¹. Esses números apenas evidenciam a força e a capacidade da mulher, elas continuam fazendo jus a tudo o que vem conquistando e a tudo que ainda conquistarão.

Feliz dia Internacional da Mulher!

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1 - Máquina do esporte, Maratona do Rio vê crescimento acentuado de participação feminina. Disponível em <http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/maratona-do-rio-ve-crescimento-acentuado-de-participacao-feminina_28704.html>. Acessado em 07 de março de 2016.

Referência:

Globo esporte, Kathrine Swizer: conheça a primeira mulher a correr a Maratona de Boston. Diposnível em <http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/noticia/2012/03/fique-por-dentro-da-historia-da-atleta-americana-que-aos-20-anos-desafiou-regras-da-organizacao-da-prova-e-foi-quase-expulsa-por-um-dos-diretores.html>. Acessado em 07 de março de 2016.

Guia do estudante. Disponível em <http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/curiosidades-historicas/tag/dia-da-mulher/>. Acessado em 07 de março de 2016. 

Wikipédia, Maratona de Boston. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Maratona_de_Boston>. Acessado em 07 de março de 2016.

Sedentarismo

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Foto: Rua Direita¹

Ah, como é bom chegar em casa e correr direto para deitar no sofá, com o controle da televisão na mão, sem ao menos precisar se mover para mudar de canal, ou quem sabe ficar embaixo das cobertas, assistindo um filminho e comendo pipoca. Sim, são coisas maravilhosas, porém fazer essas coisas todos os dias, se tornam nada saudáveis, nem para o corpo, nem para a mente. Porém, infelizmente essa tem sido a realidade de muitas pessoas, que se encaminham para tornarem-se verdadeiros sedentários.

O sedentarismo é algo que vem assombrando, não só a população brasileira, mas também a população mundial há muitos anos. Em pesquisa recente, realizada pelo Ministério do Esporte e divulgada no site Época², o sedentarismo no Brasil atinge cerca de 45,9% da população, isso representa aproximadamente 67 milhões de brasileiros que não praticam nenhum tipo de atividade física (números referentes a 2013).

São grandes as quantidades de riscos que o sedentarismo traz à saúde, entre eles podemos destacar a obesidade, colesterol alto, diabetes, hipertensão arterial, asma, infarto, variações de câncer, depressão, além de trazer graves problemas aos ossos, músculos, coração, cérebro, rins e demais órgãos.

Sair do sedentarismo não é nada fácil, mas pode ser muito mais simples do que você imagina. Para isso o primeiro grande passo é reconhecer o seu quadro atual e que mudanças serão necessárias. Em seguida, é necessário a busca por profissionais adequados, como cardiologista e nutricionista para liberação e acompanhamento dessa nova fase.

Muitos especialistas e profissionais no assunto afirmam que para sair do sedentarismo, é necessário apenas cerca de 30 minutos de atividade física, pelo menos 3 vezes por semana, nas primeiras semanas. A intensidade dos exercícios devem ser aumentadas no decorrer do tempo e claro, acompanhado de um profissional.

Atividade física vai muito além da realização de esportes, academia e afins. “A atividade Física é definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso” (CASPERSEN ET alli, 1985). Assim, podemos considerar pequenas mudanças do nosso dia a dia como atividade física e consequentemente, aliadas contra o sedentarismo. Caminhar até o trabalho, até a padaria ou supermercado, realizar atividades domésticas, trocar o elevador pela escada, levar o cachorro pra passear no quarteirão, dançar na sala, dentre outras infinidades de atividades, são ótimos exemplos de tais mudanças.

Pela sua praticidade, a corrida de rua e a caminhada, tem sido cada vez mais ótimas opções de escolhas das pessoas que buscam por essas mudanças. A corrida tem se tornado muito útil, pois além dos inúmeros benefícios que traz aos seus praticantes, é um exercício físico onde é possível compartilhar com colegas e familiares, que podem assim nos dar aquele empurrãozinho extra.

Acredito que o ponto mais importante para essa mudança de vida, é encontrar algo que lhe dê prazer em fazer, que seja algo que lhe traga minutos de esforços físicos, associados a minutos de autossatisfação.

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1 - Rua Direita. Disponível em: <http://www.ruadireita.com/saude/info/vida-sedentaria-sua-saude-em-perigo/>. Acessado em 03 de março de 2016.
2 - Época, Sedentarismo atinge 45,9% dos brasileiros, diz pesquisa. Disponível em: <http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/06/sedentarismo-atinge-459-dos-brasileiros-diz-pesquisa.html>. Acessado em 02 de março de 2016.

Referências:

Época, Sedentarismo atinge 45,9% dos brasileiros, diz pesquisa. Disponível em: <http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/06/sedentarismo-atinge-459-dos-brasileiros-diz-pesquisa.html>. Acessado em 02 de março de 2016.
Saútil, Sedentarismo. Disponível em: <http://www.sautil.com.br/fatores-de-risco-e-prevencao/sedentarismo/conteudo/sedentarismo>. Acessado em 02 de março de 2016.
Fisiocorpus, Deixe o sedentarismo de lado e beneficíe-se da atividade física. Disponível em: <http://www.fisiocorpus.com/dicas/deixe-o-sedentarismo-de-lado-e-beneficie-se-da-atividade-fisica>. Acessado em 02 de março de 2016.